sexta-feira, 17 de junho de 2016

Platão viajante

“ Platão vai além de Sócrates e, após a morte de seu mestre, sai de Atenas e empreende algumas viagens. Conhece na Sicília a filosofia pitagórica (com Arquitas de Tarento) e a Escola Eleática, tendo contato também com Dion, cunhado do tirano de Siracusa, Dionísio”.
Esse período é considerado como “ a ‘Independência de Platão’, onde o próprio Sócrates já deixa de ser personagem principal nos diálogos – EBTF
Platão desenvolve sua Teoria das Formas ou Teoria das Ideias.
“ Uma serie de conceitos filosóficos que assevera que a realidade mais fundamental é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos passíveis de oferecer verdadeiro conhecimento. A teoria foi desenvolvida em vários de seus diálogos como uma tentativa de resolver o problema dos universais –  definido como conceitos sobre vários campos”.
“ O conceito grego de 'forma' precede a linguagem atestada e é representado por diversas palavras relacionadas principalmente com a visão ou a aparência das coisas. Os filósofos pré-socráticos, desde Tales, notaram que a aparência das coisas mudava e começaram a se perguntar o que a coisa que muda realmente é”.
Platão usa outras palavras para designar aquilo que é tradicionalmente chamado forma ou ideia: idéa, morphē, eîdos e parádeigma, além de génos, phýsis e ousía. Segundo a teoria platônica, as formas (ou ideias), que são abstratas, não materiais (mas substanciais), eternas e imutáveis, é que seriam dotadas do maior grau de realidade - e não o mundo material, mutável, conhecido por nós através das sensações. As formas ou essências das coisas seriam independentes dos objetos comuns - cujo ser e cujas propriedades participariam das essências, porém num grau inferior. Platão fala dessas entidades através dos personagens dos seus diálogos (sobretudo Sócrates), os quais algumas vezes sugerem que somente o estudo das formas poderia levar ao conhecimento verdadeiro. Platão também se refere às formas em A República, quando propõe uma possível solução para o problema dos universais.
As ideias ou formas residiriam no mundo inteligível, fora do tempo e do espaço - e não no mundo sensível ou material. Sua natureza seria perene e imutável. Os objetos do mundo comum organizam suas estruturas conformes a estas ideias ou formas primordiais, mas não são capazes de revelá-las em sua plenitude, sendo apenas cópias, imitações imperfeitas. Também os conceitos abstratos, tais como igualdade, diferença, movimento e repouso, eram considerados ideias ou formas. A formulação da teoria era intuitiva, e suas limitações foram analisadas pelo próprio Platão no diálogo Parmênides.
Platão define a natureza das ideias através de quatro propriedades: espiritualidade, realidade, imutabilidade e pureza. A espiritualidade é inteligível, ou seja, é invisível aos olhos humanos e apreendida pela razão. A realidade seria um método ilegível e errôneo. Para Platão, as ideias não são conceitos abstratos do espírito, nem pensamentos do Espírito divino, mas são realidades subsistentes e individuais, sendo objeto da contemplação científica e fonte das realidades da terra. A imutabilidade e a pureza são derivadas da realidade, mas a imutabilidade exclui toda mudança, já que as ideias são eternas. A pureza realiza a essência plenamente e sem mistura, de modo que cada ideia, na sua ordem, é perfeita.

Foi acima citado Parmênides de Eleia (em grego clássico: Παρμενίδης λεάτης, filosofo nascido por volta de 530 a.C. na colônia grega de Eleia (como o seu nome já diz) na costa sul da Magna Grécia, hoje Ascea, comuna italiana da região da Campania, província de Salerno.
Veio a falecer em sua cidade natal em 460 a.C., com 70 anos.
Visitou Sócrates em Atenas, e teve grande influência sobre Platão, tanto que este deu a um de seus diálogos o nome Parmênides.
Em Parmênides “ onde é apresentado eminentemente questões referentes à tese das formas inteligíveis, à ontologia platônica e ao Um (ou "Uno”. ”
“ Os personagens principais são Sócrates, Parmênides e Zenão de Eleia. Em um primeiro plano, outros personagens dramáticos estão presentes: Céfalo de Clazômenas (não é, portanto, o Céfalo do diálogo A República), Antifonte (irmão de Platão por parte de mãe), Adimanto e Gláucon (irmãos de Platão, também presentes no diálogo A República). Em um segundo plano estão: Aristóteles (um dos trinta tiranos que governaram Atenas após a Guerra do Peloponeso) e Pitodoro (filho de Isolocos) ”.
Não podemos esquecer que esse trabalho é para principiantes, por isso, não devemos nos estender muito sobre Parménides, o diálogo, já que ele é “considerado como um dos mais difíceis, se não um dos mais enigmáticos e desafiadores, diálogos de Platão, pois se presta a uma grande variedade de interpretações, as quais dependerão o sentido e o significado não só do diálogo, mas do conjunto da obra de Platão”.

Voltando a Parménides, ele foi o fundador da Escola Eleática ou ou Eleatismo, que é a doutrina da escola que floresceu em Eléia (Magna Grécia) entre os séculos VI e V a.C..

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