sexta-feira, 17 de junho de 2016

Orfismo, “ O Mundo das Ideias”, o “Mundo das Formas Puras”. A Republica

Sofreu Platão, também, influência do Orfismo, em grego antigo: ρφικά, o conjunto de crenças e práticas religiosas, associada com a literatura atribuída ao poeta mítico Orfeu, que desceu ao Hades e voltou.
O Orfismo diferia da religião grega popular das seguintes maneiras:
Caracterizava as almas humanas como divinas e imortais, mas condenadas a viver (por um período) em um círculo penoso de sucessivas encarnações através da metempsicose ou transmigração de almas;
Prescrevia uma forma ascética de vida, ou vida órfica, a qual, junto com ritos iniciáticos secretos, deveria garantir não apenas o desprendimento do tal círculo penoso mas também uma comunhão com deus (es);
Advertia sobre uma punição pós-morte por certas transgressões cometidas durante a vida;
Era fundamentada sobre escritos sagrados com relação à origem dos deuses e seres humano.

Mais vamos falar do “ O Mundo das Ideias”, o “Mundo das Formas Puras”.
1-    “O próprio conceito de ideia sofreu modificações ao longo da obra de Platão”.
2-    Em uma concepção mais socrática em que uma Idéia representasse o que há de comum em todas as coisas de uma determinada categoria, o Eidos acontece nas coisas e não se constitui um ente apartado: não subsiste de forma autônoma independente das coisas.
3-    Podemos ver isso nos diálogos de Platão até Menon, onde por influência notadamente socrática, a temática era ética e humanística.
4-    A concepção de que as coisas participam de um Eidos definido e independente, autônomo e transcendente que define e dá causalidade às coisas, tem sua forma delineada a partir de Fédon e na Politéia.

A Teoria das Formas em Platão tenta dar conta de problemas dos mais variados aspectos, a partir da concepção de um mundo suprassensível que dá causa e existência ao sensível.
As dimensões dessa teoria abarcam a questão do Conhecimento, da Psicologia, da Ética, da Política e da Estética.
- Conhecimento: O conhecimento do mundo sensível é o conhecimento dado pela experiência e constitui segundo Platão, o campo da doxa. O conhecimento do mundo intelectivo só pode ser alcançado fora da experiência, pela razão, e se constitui o verdadeiro conhecimento, chamado episteme. Entre um e outro não pode haver comunicação, são separados por naturezas distintas. No sensível só se pode haver opiniões sobre o que os sentidos nos informam, no intelectivo reside o conhecimento de fato, verdadeiro, pois tem acesso ao Mundo das Formas, das Ideias.
Platão, para exemplificar o método a ser empreendido para a busca desse conhecimento verdadeiro e como ele se dá a partir do intelecto humano, elabora duas alegorias em seu livro A República: da Linha Dividida e da Caverna.
Ainda na questão epistemológica de Platão, o que denota possibilidade de acesso do intelecto ao conhecimento das Ideias no suprassensível é sua Teoria das Reminiscências, onde a episteme se dá pela lembrança do que a Alma imortal viveu antes de se objetivar na corporeidade do mundo sensível. Segundo Mondin:
“Na economia geral do sistema de Platão, a doutrina da reminiscência exerce três funções muito importantes: fornece prova da preexistência, da espiritualidade e da imortalidade da alma; estabelece ponte entre a vida antecedente e a vida presente; dá valor ao conhecimento sensitivo, reconhecendo-lhe o mérito de despertar a recordação das Ideias.” (MONDIN 2007, p. 71)
- Psicologia: Em sua origem, o homem em Platão é essencialmente Alma e vivia no Mundo das Ideias. O corpo é a forma acidental de o homem existir no mundo sensível. No homem convivem três Almas, as quais Platão exemplifica na alegoria da Carruagem, onde a alma racional é o cocheiro, a alma irascível é um cavalo bom e belo e a alma concupiscível é um cavalo mau e feio. Um dá trabalho e é rebelde, outro é obediente ao cocheiro.
Três argumentos fundamentam em Platão a concepção de alma que ele nos legou: sua origem hiperurânia que lhe confere lembrança e conhecimento das Ideias (reminiscência); sua prevalência, devido à sua origem sobre o corpo; e sua imortalidade por sua participação na Ideia da Vida.
- Ética: A prática da virtude como orientação ética do homem em Platão é consequência lógica de sua visão metafísica e está em consonância não só com a óbvia influência socrática de seu pensamento, mas também atrelada de forma substancial com as dimensões órficas-pitagóricas de sua doutrina. O homem deve renunciar aos prazeres do corpo e às riquezas, buscando sempre a virtude maior que é o Bem através do conhecimento.
A dimensão política da metafísica platônica está reunida na República e suas análises estéticas. Embora essa dimensão permeie boa parte de suas obras, encontram-se em Fedro e em O Sofista as análises que mais se aproximam de seu pensamento original e consolidado.
“É mais feliz o justo no meio dos sofrimentos do que o injusto num mar de delícias. ”
Platão em A República

Fonte: http://filosofiageral.wikispaces.com/A+Metaf%C3%ADsica+de+Plat%C3%A3o


Já citei A Republica, obra que influenciou vários autores posteriores, dividida em:
I.1
327a-328b
Descida ao Pireu.
I.2-I.5
328b-331d
Céfalo. Justiça segundo os mais velhos.
I.6-I.9
331e-336a
Polemarco. Justiça segundo a meia idade.
I.10-I.24
336b-354c
Trasímaco. Justiça segundo os Sofistas.
Introdução
II.1 - II.10
357a-369b
Questão: a justiça é preferível à corrupção?
Parte I
O Paradigma da Cidade-Estado
1.II.11-II.16
369b-376e.
Origem da cidade
2.II.7-III.18
376e-412b.
Educação dos responsáveis
3.III.19-IV.5
412b-427c.
Constituição da Cidade-Estado
4.IV.6-IV.19
427c-445e.
Justiça na cidade
Parte II
A encarnação do Paradigma
5.V.1-V.16
449a-471c
Unidade somática da cidade e dos Gregos
6.V.17-VI.14
471c-502c
Governo dos filósofos
7.VI.15-VII.5
502c-521c
A ideia do Bem
8.VII.6-VII.18
521c-541b
Educação dos filósofos
Parte III
O Declínio da Cidade -Estado
9. VIII.1 -VIII.5
543a-550c
Timocracia
10. VIII.6 -VIII.9
550c-555b
Oligarquia
11. VIII.10-VIII.13
555b-562a
Demagogia
12. VIII.14-IX.3
562a-576b
Tirania
IX.4-IX.13
576b-592b.
Resposta. Justiça melhor que corrupção
Epílogo
X.1-X.8
595a-608b.
Rejeição da arte mimética
X.9-X.11
608b-612a
Imortalidade da alma
X.12
612a-613e
Recompensa dos Justos em vida
X.13-X.16
613e-631d
Julgamento dos mortos

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