“ Platão vai além de
Sócrates e, após a morte de seu mestre, sai de Atenas e empreende algumas
viagens. Conhece na Sicília a filosofia pitagórica (com Arquitas de Tarento) e
a Escola Eleática, tendo contato também com Dion, cunhado do tirano de
Siracusa, Dionísio”.
Esse período é considerado
como “ a ‘Independência de Platão’, onde o próprio Sócrates já deixa de ser
personagem principal nos diálogos – EBTF
Platão desenvolve sua
Teoria das Formas ou Teoria das Ideias.
“ Uma serie de conceitos
filosóficos que assevera que a realidade mais fundamental é composta de ideias
ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os
únicos objetos passíveis de oferecer verdadeiro conhecimento. A teoria foi
desenvolvida em vários de seus diálogos como uma tentativa de resolver o
problema dos universais – definido como
conceitos sobre vários campos”.
“ O conceito grego de
'forma' precede a linguagem atestada e é representado por diversas palavras
relacionadas principalmente com a visão ou a aparência das coisas. Os filósofos
pré-socráticos, desde Tales, notaram que a aparência das coisas mudava e
começaram a se perguntar o que a coisa que muda realmente é”.
Platão usa outras palavras para designar aquilo que é
tradicionalmente chamado forma ou ideia: idéa, morphē, eîdos e parádeigma, além
de génos, phýsis e ousía. Segundo a teoria platônica, as formas (ou ideias),
que são abstratas, não materiais (mas substanciais), eternas e imutáveis, é que
seriam dotadas do maior grau de realidade - e não o mundo material, mutável,
conhecido por nós através das sensações. As formas ou essências das coisas
seriam independentes dos objetos comuns - cujo ser e cujas propriedades
participariam das essências, porém num grau inferior. Platão fala dessas
entidades através dos personagens dos seus diálogos (sobretudo Sócrates), os
quais algumas vezes sugerem que somente o estudo das formas poderia levar ao
conhecimento verdadeiro. Platão também se refere às formas em A República,
quando propõe uma possível solução para o problema dos universais.
As ideias ou formas residiriam no mundo inteligível,
fora do tempo e do espaço - e não no mundo sensível ou material. Sua natureza
seria perene e imutável. Os objetos do mundo comum organizam suas estruturas
conformes a estas ideias ou formas primordiais, mas não são capazes de
revelá-las em sua plenitude, sendo apenas cópias, imitações imperfeitas. Também
os conceitos abstratos, tais como igualdade, diferença, movimento e repouso,
eram considerados ideias ou formas. A formulação da teoria era intuitiva, e
suas limitações foram analisadas pelo próprio Platão no diálogo Parmênides.
Platão define a natureza das ideias através de quatro
propriedades: espiritualidade, realidade, imutabilidade e pureza. A
espiritualidade é inteligível, ou seja, é invisível aos olhos humanos e
apreendida pela razão. A realidade seria um método ilegível e errôneo. Para
Platão, as ideias não são conceitos abstratos do espírito, nem pensamentos do
Espírito divino, mas são realidades subsistentes e individuais, sendo objeto da
contemplação científica e fonte das realidades da terra. A imutabilidade e a
pureza são derivadas da realidade, mas a imutabilidade exclui toda mudança, já
que as ideias são eternas. A pureza realiza a essência plenamente e sem
mistura, de modo que cada ideia, na sua ordem, é perfeita.
Foi acima citado Parmênides
de Eleia (em grego clássico: Παρμενίδης ὁ Ἐλεάτης, filosofo nascido por volta de 530 a.C. na
colônia grega de Eleia (como o seu nome já diz) na costa sul da Magna Grécia,
hoje Ascea, comuna italiana da região da Campania, província de Salerno.
Veio a falecer em sua
cidade natal em 460 a.C., com 70 anos.
Visitou Sócrates em
Atenas, e teve grande influência sobre Platão, tanto que este deu a um de seus
diálogos o nome Parmênides.
Em Parmênides “ onde é
apresentado eminentemente questões referentes à tese das formas inteligíveis, à
ontologia platônica e ao Um (ou "Uno”. ”
“ Os personagens
principais são Sócrates, Parmênides e Zenão de Eleia. Em um primeiro plano,
outros personagens dramáticos estão presentes: Céfalo de Clazômenas (não é,
portanto, o Céfalo do diálogo A República), Antifonte (irmão de Platão por
parte de mãe), Adimanto e Gláucon (irmãos de Platão, também presentes no
diálogo A República). Em um segundo plano estão: Aristóteles (um dos trinta
tiranos que governaram Atenas após a Guerra do Peloponeso) e Pitodoro (filho de
Isolocos) ”.
Não podemos esquecer que
esse trabalho é para principiantes, por isso, não devemos nos estender muito
sobre Parménides, o diálogo, já que ele é “considerado como um dos mais
difíceis, se não um dos mais enigmáticos e desafiadores, diálogos de Platão,
pois se presta a uma grande variedade de interpretações, as quais dependerão o
sentido e o significado não só do diálogo, mas do conjunto da obra de Platão”.
Voltando a Parménides, ele
foi o fundador da Escola Eleática ou ou Eleatismo, que é a doutrina da escola
que floresceu em Eléia (Magna Grécia) entre os séculos VI e V a.C..
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