Sofreu Platão, também,
influência do Orfismo, em grego antigo: Ὀρφικά,
o conjunto de crenças e práticas religiosas, associada com a literatura
atribuída ao poeta mítico Orfeu, que desceu ao Hades e voltou.
O Orfismo diferia da
religião grega popular das seguintes maneiras:
Caracterizava as almas humanas como divinas e imortais,
mas condenadas a viver (por um período) em um círculo penoso de sucessivas
encarnações através da metempsicose ou transmigração de almas;
Prescrevia uma forma ascética de vida, ou vida órfica,
a qual, junto com ritos iniciáticos secretos, deveria garantir não apenas o
desprendimento do tal círculo penoso mas também uma comunhão com deus (es);
Advertia sobre uma punição pós-morte por certas
transgressões cometidas durante a vida;
Era fundamentada sobre escritos sagrados com relação à
origem dos deuses e seres humano.
Mais vamos falar do “ O
Mundo das Ideias”, o “Mundo das Formas Puras”.
1- “O próprio conceito de ideia sofreu modificações ao
longo da obra de Platão”.
2- Em uma concepção mais socrática em que uma Idéia
representasse o que há de comum em todas as coisas de uma determinada
categoria, o Eidos acontece nas coisas e não se constitui um ente apartado: não
subsiste de forma autônoma independente das coisas.
3- Podemos ver isso nos diálogos de Platão até Menon,
onde por influência notadamente socrática, a temática era ética e humanística.
4- A concepção de que as coisas participam de um Eidos
definido e independente, autônomo e transcendente que define e dá causalidade
às coisas, tem sua forma delineada a partir de Fédon e na Politéia.
A Teoria das Formas em
Platão tenta dar conta de problemas dos mais variados aspectos, a partir da
concepção de um mundo suprassensível que dá causa e existência ao sensível.
As dimensões dessa teoria
abarcam a questão do Conhecimento, da Psicologia, da Ética, da Política e da
Estética.
- Conhecimento: O conhecimento do mundo sensível é o conhecimento dado pela
experiência e constitui segundo Platão, o campo da doxa. O conhecimento do
mundo intelectivo só pode ser alcançado fora da experiência, pela razão, e se
constitui o verdadeiro conhecimento, chamado episteme. Entre um e outro não
pode haver comunicação, são separados por naturezas distintas. No sensível só
se pode haver opiniões sobre o que os sentidos nos informam, no intelectivo
reside o conhecimento de fato, verdadeiro, pois tem acesso ao Mundo das Formas,
das Ideias.
Platão, para exemplificar
o método a ser empreendido para a busca desse conhecimento verdadeiro e como
ele se dá a partir do intelecto humano, elabora duas alegorias em seu livro A
República: da Linha Dividida e da Caverna.
Ainda na questão
epistemológica de Platão, o que denota possibilidade de acesso do intelecto ao
conhecimento das Ideias no suprassensível é sua Teoria das Reminiscências, onde
a episteme se dá pela lembrança do que a Alma imortal viveu antes de se
objetivar na corporeidade do mundo sensível. Segundo Mondin:
“Na economia geral do
sistema de Platão, a doutrina da reminiscência exerce três funções muito
importantes: fornece prova da preexistência, da espiritualidade e da
imortalidade da alma; estabelece ponte entre a vida antecedente e a vida
presente; dá valor ao conhecimento sensitivo, reconhecendo-lhe o mérito de
despertar a recordação das Ideias.” (MONDIN 2007, p. 71)
- Psicologia:
Em sua origem, o homem em Platão é essencialmente Alma e vivia no Mundo das
Ideias. O corpo é a forma acidental de o homem existir no mundo sensível. No
homem convivem três Almas, as quais Platão exemplifica na alegoria da
Carruagem, onde a alma racional é o cocheiro, a alma irascível é um cavalo bom
e belo e a alma concupiscível é um cavalo mau e feio. Um dá trabalho e é
rebelde, outro é obediente ao cocheiro.
Três argumentos
fundamentam em Platão a concepção de alma que ele nos legou: sua origem
hiperurânia que lhe confere lembrança e conhecimento das Ideias
(reminiscência); sua prevalência, devido à sua origem sobre o corpo; e sua
imortalidade por sua participação na Ideia da Vida.
- Ética: A prática da
virtude como orientação ética do homem em Platão é consequência lógica de sua
visão metafísica e está em consonância não só com a óbvia influência socrática
de seu pensamento, mas também atrelada de forma substancial com as dimensões
órficas-pitagóricas de sua doutrina. O homem deve renunciar aos prazeres do
corpo e às riquezas, buscando sempre a virtude maior que é o Bem através do
conhecimento.
A dimensão política da
metafísica platônica está reunida na República e suas análises estéticas.
Embora essa dimensão permeie boa parte de suas obras, encontram-se em Fedro e
em O Sofista as análises que mais se aproximam de seu pensamento original e
consolidado.
“É mais feliz o justo no meio dos sofrimentos do que o
injusto num mar de delícias. ”
Platão em A República
Fonte: http://filosofiageral.wikispaces.com/A+Metaf%C3%ADsica+de+Plat%C3%A3o
Já citei A Republica, obra
que influenciou vários autores posteriores, dividida em:
I.1
|
327a-328b
|
Descida ao Pireu.
|
I.2-I.5
|
328b-331d
|
Céfalo. Justiça segundo os mais velhos.
|
I.6-I.9
|
331e-336a
|
Polemarco. Justiça segundo a meia idade.
|
I.10-I.24
|
336b-354c
|
Trasímaco. Justiça segundo os Sofistas.
|
Introdução
|
||
II.1 - II.10
|
357a-369b
|
Questão: a justiça é preferível à corrupção?
|
Parte I
|
O Paradigma da Cidade-Estado
|
|
1.II.11-II.16
|
369b-376e.
|
Origem da cidade
|
2.II.7-III.18
|
376e-412b.
|
Educação dos responsáveis
|
3.III.19-IV.5
|
412b-427c.
|
Constituição da Cidade-Estado
|
4.IV.6-IV.19
|
427c-445e.
|
Justiça na cidade
|
Parte II
|
A encarnação do Paradigma
|
|
5.V.1-V.16
|
449a-471c
|
Unidade somática da cidade e dos Gregos
|
6.V.17-VI.14
|
471c-502c
|
Governo dos filósofos
|
7.VI.15-VII.5
|
502c-521c
|
A ideia do Bem
|
8.VII.6-VII.18
|
521c-541b
|
Educação dos filósofos
|
Parte III
|
O Declínio da Cidade -Estado
|
|
9. VIII.1 -VIII.5
|
543a-550c
|
Timocracia
|
10. VIII.6 -VIII.9
|
550c-555b
|
Oligarquia
|
11. VIII.10-VIII.13
|
555b-562a
|
Demagogia
|
12. VIII.14-IX.3
|
562a-576b
|
Tirania
|
IX.4-IX.13
|
576b-592b.
|
Resposta. Justiça melhor que corrupção
|
Epílogo
|
||
X.1-X.8
|
595a-608b.
|
Rejeição da arte mimética
|
X.9-X.11
|
608b-612a
|
Imortalidade da alma
|
X.12
|
612a-613e
|
Recompensa dos Justos em vida
|
X.13-X.16
|
613e-631d
|
Julgamento dos mortos
|
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