Terminei o capítulo
anterior afirmando que o “Pitagorismo” influencio o “Platonismo”, e já que é
assim vamos meditar um pouco sobre ele – o platonismo.
Ideia
Verbete “Ideia” da EBTF
-Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia de R.N.
Chaplin, Ph.D., e de J. M. Bentes.
A raiz grega da palavra
IDEIA é IDEEIN – ver – sendo sua forma nominal EIDOS.
Uma ideia é um conceito ou
noção daquilo que foi visto, embora ideia não dependa exclusivamente dos nossos
cinco sentidos,
Trata-se de um conceito ou
formulação mental sobre algo e, com frequência, é a representação produzida
pelo nosso processo pensante.
Portanto, trata-se de uma
representação mental ou algo visualmente percebido ou mentalmente apreendido.
Tanto pode fazer parte do processo pensante como ser a conclusão desse
processo.
Na filosofia, o termo é
usado em grande variedade de maneiras, incluindo a designação de entidades
elevadas, não-materiais.
Abaixo damos exemplos de
diversos usos da palavra:
3. Porém, Platão usava o
termo ideia a fim de aludir a elevadas entidades ou arquétipos
espirituais, não-materiais.
A ideia da bondade e da
beleza tornaram-se o deus de Platão.
Quando usada desse modo, a
ideia é sinônimo de forma ou de universal.
O céu concebido por Platão
estaria repleto desses arquétipos universais ou ideias, enquanto que a criação
física seria cópia dos mesmos.
Chaplin e Bentes citaram
acima ‘universal’ e nos mandam ver o verbete “universais”.
Assim começa:
Universais
como sinônimos, também, podemos usar os termos Ideias ou Formas.
“ A palavra portuguesa “universais”, vem do latim “universalis”,
“ pertinente a tudo”. EBTF
E Platão usava a palavra
grega eidos, “ideia”, [já] Aristóteles preferia “katholikós”, “o todo”,
termo grego correspondente ao latim “universalis”. EBTF
“O universal faz contrates
com o particular”. EBTF
“A linguagem platônica (a
linguagem de Platão), o universal é aquilo que pertence ao mundo
transcendental, o mundo das ideias, formas ou realidades metafisicas, enquanto
que os particulares são objetos deste mundo material”.
“ De acordo com seu ponto
de vista (de Platão), os particulares foram criados pelo “demiurgo”, imitando
os universais, ou então usando-o como padrões de sua criação material”. EBTF
A discussão sobre os
universais sempre foi um dos principais problemas enfrentados pela filosofia”,
ora, se assim é nesse trabalho que é para os principiantes que querem conhecer
a Platão não vamos nos estender nele.
Mais, vamos considerar que
este “ideia” é o ponto de partida do Platonismo, à filosofia geral de
Platão, “pois nele está explicitado a doutrina das Ideias, como o mais
distintivo elemento dessa filosofia, embora, também, inclua qualquer elemento
especifico de sua filosofia, ou sua filosofia emprestada a outrem”. EBTF
“ O platonismo alicerça-se
sobre a dialética de Sócrates, como método de inquirição (significado de
Inquirição- s.f. Ação ou efeito de inquirir. Ação de averiguar de maneira
minuciosa; pesquisar rigorosamente; indagação) ”. EBTF & http://www.dicio.com.br/
“ Sua principal
característica [do platonismo] é que os objetos do pensamento (ideias, formas =
noumena)
são eternamente reais, em oposição aos objetos transitórios e relativamente irreais
da percepção dos sentidos (phenómena) ”. EBTF
“ O homem pode obter
conhecimento (epistemê) da Ideias, mas só pode atingir opiniões (doxa)
acerca dos fenômenos”. EBTF
“O alvo da vida é o
conhecimento da verdade e o controle dos indivíduos e da sociedade pela Razão,
embora Platão, também, manifestasse pendores místicos, o platonismo tem
exercido grande influência sobre o pensamento cristão”. EBTF
Um item importante antes
de irmos para os estágios do platonismo ou da filosofia de Platão:
Sofismo ou sofisma (esta segunda forma é a
encontrada nos dicionários, incluídos os dicionários de filosofia) é uma
palavra de origem grega -- sóphisma -- cujo significado é “fazer raciocínios
capciosos”.
Sofismo é um raciocínio
caviloso, capcioso, argumento ou união de argumentos que pretende conduzir a conclusões
desagradáveis ou paradoxais; o sofismo é a retórica ou o pensamento de má-fé
que procura induzir ao erro; é um argumento falacioso criado com a intenção de
enganar; é o raciocínio que têm aparente sentido e/ou lógica; apenas aparência
de verdade.
Uma definição paralela de
sofismo é a ideia de unir premissas verdadeiras para alcançar uma conclusão
ilógica ou irreal através da arte da retórica.
De acordo com o dicionário
de filosofia, o uso da palavra sofismo é bastante vasto, indo desde os
argumentos duplos até os paradoxos. Na linguagem popular, o significado
de sofismo é:
-Engano;
-Dolo;
-Logro.
Falácia e sofismo
A falácia é definida por
Pedro Hispano como “a idoneidade fazendo crer que é aquilo que não é, mediante
alguma visão fantástica” e “aparência sem existência”. Falácia e sofismo são
palavras que podem ser usadas como sinônimas. Dentro da história da filosofia,
porém, ambos os conceitos têm caminhos diferentes.
Sofismo e silogismo
Silogismo, em sua origem,
tinha o significado de cálculo. Para Platão, silogismo era raciocínio em geral;
para Aristóteles, o silogismo se referia a um raciocínio dedutivo perfeito.
Neste sentido, silogismo e sofismo têm sentidos contrários.
Sofismo e sofística
De acordo com Aristóteles,
sofística é a sabedoria que é apenas aparente, mas não real; é a habilidade de
criar argumentos enganosos, capciosos. Já de acordo com Bréhier, a sofística é
uma forma de ensinar e não tem sentido pejorativo.
Sofismo e sofista
A palavra sofista vem
também do grego, mas em sua origem está o significado de “sabedoria” ou
“sábio”, sem o sentido pejorativo.
A história dos sofistas é
pouco conhecida, pois só se conhecem relatos escritos por seus inimigos.
Segundo afirmam filósofos como Platão e Aristóteles, o sofista é um impostor,
um demagogo. Porém, desde o final do século XIX, os historiadores têm
considerado que os sofistas, na verdade, foram os fundadores da pedagogia, os
mestres da arte da educação. Os sofistas se diferenciavam dos filósofos pois
eram os responsáveis pela transmissão do conhecimento.
Portanto, os sofistas
foram os primeiros professores pagos da história da educação; criaram
inimizades com os aristocratas, que os acusavam de vender sua sophia
(conhecimento) a qualquer um que pudesse pagar. O conhecimento “vendido” pelos
sofistas era principalmente o da retórica; na Grécia antiga, não havia
advogados; tanto a defesa quanto a acusação eram feitas pelos próprios cidadãos
envolvidos; quando a arte da palavra passa a ser ensinada a qualquer pessoa que
possa pagar, a aristocracia (que antes monopolizava o conhecimento da retórica)
vê na figura do sofista um inimigo de seus interesses (vale lembrar que os
filósofos, como Platão e Aristóteles, faziam parte da aristocracia ateniense).
Isso posto, continuemos...